20 erros de crase comuns e como evitá-los

Por Redação
20/07/2025 09h00 – Atualizado há 4 dias

A crase é um dos assuntos gramaticais que mais geram dúvidas na língua portuguesa. Trata-se da fusão da preposição “a” com o artigo definido “a” ou com pronomes demonstrativos iniciados com “a”. Apesar de sua regra parecer simples, seu uso correto costuma ser negligenciado, especialmente na escrita informal. Neste artigo, listamos 20 erros de crase muito comuns — e mostramos como evitá-los de maneira prática e clara.

1. Antes de verbos

Vou à entender melhor.
Vou entender melhor.

Nunca se usa crase antes de verbos, já que eles não admitem artigo definido feminino.

2. Antes de palavras masculinas

Cheguei à colégio cedo.
Cheguei ao colégio cedo.

Palavras masculinas não aceitam o uso da crase. Use “ao” em vez de “à”.

3. Antes de pronomes pessoais, de tratamento, indefinidos ou demonstrativos sem artigo

Entreguei à ela o presente.
Entreguei a ela o presente.

Pronomes pessoais como “ela” não admitem artigo definido, por isso não ocorre crase.

4. Antes de nomes de cidade que não exigem o artigo “a”

Fui à Porto Alegre.
Fui a Porto Alegre.

Use crase apenas se a cidade vier acompanhada de artigo feminino (ex: “à Bahia”).

5. Antes de palavras repetidas

Cara à cara com o problema.
Cara a cara com o problema.

Não se usa crase quando a estrutura envolve palavras repetidas.

6. Antes de numerais cardinais

A empresa cresceu à 10% neste ano.
A empresa cresceu a 10% neste ano.

Só há crase antes de numerais ordinais femininos (ex: “à primeira tentativa”).

7. Em locuções com palavras masculinas

Estava à todo vapor.
Estava a todo vapor.

“Vapor” é palavra masculina, então não se usa crase.

8. Antes da palavra “casa” (quando não especificada)

Voltei à casa cedo.
Voltei a casa cedo.

“Casa” não leva crase quando usada no sentido genérico (lar, domicílio).

9. Antes da palavra “terra” (quando usada no sentido genérico)

O astronauta voltou à terra.
O astronauta voltou a terra.

Sem artigo definido, não há crase.

10. Antes de pronomes possessivos femininos quando indefinidos

Dirigiu-se à minha irmã.
Dirigiu-se a minha irmã.

Evita-se a crase se o pronome não está especificado por artigo.

11. Com a palavra “meia” (quando for numeral)

Cheguei à meia-noite.
Cheguei à meia-noite.
Bebi à meia xícara de café.

A crase está correta com “meia-noite” (substantivo), mas errada se “meia” for numeral (meio).

12. Na expressão “à medida que”

À medida que o tempo passa, aprendemos mais.

Essa expressão exige crase, pois é uma locução conjuntiva feminina.

13. Em locuções prepositivas femininas

Chegou à beira do colapso.
Estava à frente do projeto.

Locuções prepositivas com substantivos femininos pedem crase.

14. Em nomes de ruas que exigem artigo

Moro à Rua das Flores.

Alguns nomes de rua são precedidos por artigo feminino e exigem crase.

15. Com pronomes demonstrativos “a”, “aquele”, “aquela”, “aquilo”

Referi-me àquela situação com cuidado.

Há crase quando a preposição “a” encontra o “a” inicial desses pronomes.

16. Em expressões adverbiais femininas

Fez isso à tarde.
Saiu à francesa.

Expressões adverbiais femininas pedem crase.

17. Antes de “que” em expressões como “à que se referia”

A proposta à que me referia era outra.

Pode haver crase quando se refere a expressões relativas com preposição e artigo.

18. Diante de “qual” em construções específicas

A resposta à qual me referi foi ignorada.

A preposição exige artigo antes de “qual”.

19. Expressões como “à moda de”

Usava um chapéu à moda de Lampião.

Mesmo que “moda” não esteja escrita, a crase é obrigatória.

20. Uso equivocado com palavras invariáveis

Foi à muito tempo.
Foi há muito tempo.

Confusão comum entre “a” (preposição) e “há” (verbo haver, com sentido de tempo passado).

Conclusão

Saber usar a crase corretamente é uma forma de demonstrar domínio da língua portuguesa e evitar erros que podem comprometer a clareza da comunicação. Com essas dicas práticas, fica mais fácil identificar as situações corretas para o uso da crase e evitar deslizes comuns.