20 expressões populares do português e suas curiosas origens

Por Redação
21/06/2025 14h10 – Atualizado há 4 dias

A língua portuguesa é cheia de expressões populares que usamos no dia a dia sem pensar muito em sua origem. Mas você já se perguntou de onde vieram frases como “fazer vista grossa” ou “salvo pelo gongo”? Muitas delas têm histórias inusitadas — algumas remontam a séculos atrás.

Neste artigo, reunimos 20 expressões populares da língua portuguesa e explicamos as curiosas origens por trás de cada uma. Prepare-se para se surpreender com o que está por trás de frases que você provavelmente usa desde sempre!

1. Fazer vista grossa

Significa ignorar algo de propósito. Surgiu de um almirante britânico que fingiu não ver ordens para recuar, colocando o telescópio no olho cego.

2. Descascar o abacaxi

Usada para designar a resolução de um problema difícil. A metáfora vem da ideia de que é complicado remover a casca do abacaxi, espinhosa e resistente.

3. Pagar o pato

Remete à Idade Média, quando judeus eram acusados injustamente e obrigados a arcar com multas — simbolizadas por um “pato” de barro.

4. Ficar a ver navios

Vem da época das caravelas portuguesas: pessoas esperavam seus entes queridos retornarem no alto de colinas, mas às vezes… só viam os navios passando.

5. Comprar gato por lebre

Expressão medieval. Comerciantes desonestos vendiam carne de gato disfarçada de lebre em mercados e feiras.

6. Chutar o balde

Significa desistir ou perder a paciência. Teria vindo de monges que lavavam os pés em baldes e chutavam o recipiente em momentos de revolta ou cansaço.

7. Dar com os burros n’água

Indica um fracasso. Na época colonial, quem atravessava o sertão com burros de carga podia perdê-los ao tentar atravessar rios — os burros afundavam.

8. Andar nas nuvens

Expressão ligada à distração ou devaneios. Provavelmente vem da ideia de estar “fora da realidade”, em um mundo imaginário.

9. Enfiar o pé na jaca

Significa exagerar, especialmente na bebida. Acredita-se que tenha origem no tropeço literal em uma jaca madura e bagunçada.

10. Salvar pela campainha ou pelo gongo

Vem do boxe: quando o lutador estava prestes a perder, o soar do gongo encerrava o round, “salvando-o”.

11. Bicho de sete cabeças

Representa algo muito complicado. A origem vem da mitologia grega, com a criatura Hidra, que tinha várias cabeças e era quase impossível de derrotar.

12. Fazer das tripas coração

Refere-se a um esforço extremo. A ideia é transformar algo interno e vital (tripas) em símbolo de força (coração).

13. À queima-roupa

Usada para ataques diretos, sem rodeios. Vem do universo militar, onde tiros disparados muito próximos à vítima queimavam as roupas.

14. Casa da mãe Joana

Designa um lugar bagunçado. A expressão surgiu no século XIV, quando Joana I de Nápoles autorizou casas de prostituição em seu território.

15. Fazer tempestade em copo d’água

Criada para criticar exageros. A imagem representa transformar algo pequeno em um grande problema sem necessidade.

16. Deixar de molho

Usada para indicar espera ou pausa. Vem do ato literal de deixar alimentos de molho na água para amolecer ou preparar.

17. Lágrimas de crocodilo

Expressa falsidade emocional. Refere-se ao mito de que crocodilos choram ao devorar suas presas.

18. Bater as botas

Eufemismo para morrer. Supostamente, soldados mortos caíam de costas e batiam com as botas no chão.

19. Fazer uma vaquinha

Refere-se à arrecadação coletiva. A origem está ligada ao jogo do bicho, em que o grupo apostava no animal “vaca” por ser considerado de sorte.

20. Sem eira nem beira

Antigamente, as casas mais simples não tinham eira (acabamento do telhado) nem beira (proteção nas bordas). Hoje, a expressão indica pobreza ou desorganização.

Conclusão

Expressões populares são verdadeiras cápsulas do tempo — carregam cultura, história e criatividade. Ao conhecer suas origens, entendemos melhor como a língua portuguesa se molda ao longo dos séculos, absorvendo elementos do cotidiano, da política, da religião e até da mitologia.