ENEM 2026: será o fim da questão de interpretação de texto tradicional?
08/12/2025 23h47 – Atualizado há 3 semanas

Com a atualização do formato do Exame Nacional do Ensino Médio, o ENEM 2026 traz uma série de mudanças que levantam debates importantes sobre o futuro da prova. Entre as discussões mais comentadas está a possível redução — ou até substituição — das tradicionais questões de interpretação de texto. Esse tipo de pergunta sempre foi uma marca do exame, valorizando a leitura, a análise crítica e a capacidade de relacionar informações. Mas será que esse formato está realmente chegando ao fim?
O que muda no ENEM 2026?
A nova proposta do exame busca aproximá-lo da realidade dos jovens, incorporando habilidades digitais, leitura multimodal e análise de diferentes tipos de linguagem. Isso inclui textos verbais, gráficos, infográficos, vídeos curtos e até elementos interativos. Com essa mudança, muitos especialistas questionam se as questões tradicionais, baseadas exclusivamente em textos longos, continuarão tendo o mesmo peso.
O objetivo central é avaliar competências mais amplas, que refletem a forma como a informação circula hoje. Assim, a interpretação de texto não desaparece, mas passa a ocorrer de maneira mais ampla, envolvendo múltiplos formatos e exigindo uma leitura mais dinâmica e contextualizada.
A interpretação deixa de ser importante?
Apesar da mudança no modelo, a interpretação continua sendo uma habilidade essencial. O que muda é o tipo de texto e o modo como o candidato se relaciona com ele. Em vez de focar apenas em longas passagens literárias ou dissertativas, o ENEM tende a trabalhar com linguagens híbridas, que exigem novas formas de leitura e compreensão.
Isso significa que, ao invés de perguntas tradicionais como “Segundo o autor…”, podem surgir desafios que exigem interpretar imagens, relacionar dados e identificar intenções comunicativas presentes em diferentes formatos. Ou seja, o conceito de interpretação se amplia, deixando de se restringir ao texto verbal.
O debate: renovação ou descaracterização?
A transição divide opiniões. Parte dos educadores vê a mudança como positiva, por refletir melhor a realidade comunicacional contemporânea. Já outros acreditam que abandonar o foco nos textos tradicionais enfraqueceria a competência leitora dos estudantes, especialmente em um país onde a leitura ainda é um desafio.
Esse debate é importante porque mostra como a língua, a educação e a avaliação precisam caminhar juntas. A forma como o ENEM trata a interpretação de texto revela não apenas tendências pedagógicas, mas também a visão que se deseja para a formação dos jovens.
Conclusão
Embora o ENEM 2026 apresente mudanças significativas, não se trata do fim da interpretação de texto, mas de uma reformulação. O exame passa a valorizar habilidades de leitura mais amplas e compatíveis com o mundo digital, sem abandonar a essência da compreensão textual. Resta agora acompanhar a implementação das novas diretrizes e entender como elas irão moldar o perfil do estudante brasileiro nos próximos anos.