20 mitos comuns sobre a língua portuguesa desvendados

Por Redação
03/07/2025 03h42 – Atualizado há 5 horas

A língua portuguesa é rica, diversa e cheia de regras — mas também é alvo de muitos mitos e mal-entendidos que se espalham com facilidade. Algumas dessas ideias se tornaram tão populares que muita gente acredita nelas como se fossem verdades absolutas, mesmo sem base nas normas gramaticais.

Neste artigo, vamos desvendar 20 mitos comuns sobre a língua portuguesa e explicar, de forma clara, o que é fato e o que é pura lenda linguística.

1. Não se pode começar frase com pronome

Mito! A gramática atual permite sim iniciar frases com pronomes oblíquos, como “me”, “te” ou “se”.

2. Palavra no plural sempre leva “s”

Mito! Algumas palavras mudam de forma no plural sem acrescentar “s”, como “mau” → “maus” ou “cidadão” → “cidadãos”.

3. “Menas” existe

Mito! A forma correta é “menos”. “Menas” é um erro bastante comum, mas não é reconhecida pela norma culta.

4. “A nível de” está sempre errado

Mito! Embora muitas vezes seja usado de forma inadequada, “a nível de” pode ser aceito em contextos como “a nível do mar”.

5. Não se pode terminar frase com preposição

Mito! Em contextos informais, essa construção é perfeitamente aceitável e compreensível.

6. “Onde” só se usa para lugares físicos

Mito! Apesar de essa ser a regra tradicional, o uso de “onde” foi ampliado na linguagem oral.

7. Todo acento foi eliminado pelo novo acordo ortográfico

Mito! O acordo eliminou apenas alguns acentos, como em “ideia” (antes “idéia”), mas não todos.

8. “Você” é informal e não pode ser usado em contextos sérios

Mito! O uso de “você” é amplamente aceito, inclusive em contextos formais, dependendo do tom e da situação.

9. “Houveram problemas” está certo

Mito! O verbo “haver”, com sentido de existir, é impessoal e não vai para o plural: o correto é “houve problemas”.

10. É errado repetir palavras na mesma frase

Mito! Em muitos casos, a repetição é necessária para clareza e ênfase. O importante é evitar redundância sem propósito.

11. “Obrigado” muda com o gênero de quem fala

Fato! Quem agradece diz “obrigado” (homem) ou “obrigada” (mulher), pois significa “sou grato/grata”.

12. “Há” e “a” têm o mesmo uso em indicações de tempo

Mito! “Há” indica tempo passado (“Há dois dias”), enquanto “a” indica tempo futuro ou distância (“Daqui a dois dias”).

13. Toda crase é opcional

Mito! A crase tem regras específicas. Em alguns casos ela é obrigatória, em outros, proibida.

14. “Seje” e “esteje” estão corretos em algum contexto

Mito! Essas formas não existem na norma culta. O correto é “seja” e “esteja”.

15. Não se deve usar “porque” no início da frase

Mito! Usar “porque” para explicar uma ideia no começo de frase está completamente correto.

16. “Anexo” sempre concorda com o substantivo

Fato! “Anexo” é adjetivo e deve concordar com o termo a que se refere: “documentos anexos”, “foto anexa”.

17. Toda palavra com “s” entre vogais tem som de “z”

Mito! Depende da origem e da pronúncia regional. Em “passarinho”, por exemplo, o “s” tem som de “s” mesmo.

18. Só existe uma norma da língua portuguesa

Mito! Existem variedades linguísticas — e a norma culta é apenas uma delas, usada em contextos formais.

19. As regras da língua não mudam

Mito! A língua é viva e está em constante transformação, adaptando-se aos falantes e às épocas.

20. A língua portuguesa é difícil demais

Mito! Toda língua tem suas complexidades. Com estudo e prática, é possível dominar e até se apaixonar por ela.

A verdade por trás das palavras

Muitos dos mitos sobre a língua portuguesa surgem da tentativa de simplificar regras ou de repetir o que se ouviu sem checar a fonte. Entender o que é gramaticalmente correto, o que faz parte da variação linguística e o que é apenas crença popular ajuda a falar e escrever com mais segurança.