O que é “Elipse Nominal”? A omissão de um termo na frase

Na hora de construir uma frase, nem sempre é preciso dizer tudo. Muitas vezes, deixamos certas palavras subentendidas, e ainda assim a mensagem continua clara. É nesse ponto que entra a elipse nominal, uma figura de linguagem bastante comum na língua portuguesa — especialmente na fala cotidiana e na escrita mais informal.

Neste artigo, você vai entender o que é elipse nominal, como ela funciona e verá exemplos que mostram sua presença no nosso dia a dia.

O que é elipse nominal?

A elipse nominal é uma figura de linguagem que consiste na omissão de um termo da frase que, mesmo não sendo dito, pode ser facilmente entendido pelo contexto. Esse termo omitido é, em geral, um substantivo ou pronome — por isso recebe o nome de “nominal”.

Essa omissão não prejudica o sentido da frase, justamente porque o conteúdo ausente pode ser subentendido pelo leitor ou ouvinte. A elipse, de forma geral, é uma figura de construção — ou seja, relacionada à estrutura sintática da frase.

💡 Importante: quando a omissão é de um verbo, ela se chama zeugma, não elipse nominal.

Exemplos de elipse nominal

Para entender melhor como a elipse nominal funciona, veja os exemplos abaixo:

• “João gosta de futebol; Maria, de vôlei.”
  → A palavra “gosta” foi omitida após “Maria”. Essa omissão é zeugma, pois o que se omite é o verbo.
  Mas se fosse:
  → “Gosto de chocolate. João prefere sorvete. Maria, brigadeiro.”
  Nesse caso, a palavra “gosta” foi omitida, e o substantivo “doce” está subentendido — podendo configurar uma elipse nominal, dependendo da construção.
• “Comprei três camisetas. Ela, duas.”
  → O termo “camisetas” foi omitido na segunda frase. Isso é uma elipse nominal.
• “Ele gosta de praia; eu, de montanha.”
  → O termo “gosto” é omitido, e também o objeto “gosto de lugares de lazer”, sendo a elipse aplicada ao substantivo.

Diferença entre elipse nominal e outras figuras

É comum confundir elipse com outras figuras parecidas, como:

• Zeugma: omissão de um termo que já apareceu antes (geralmente um verbo).
  Exemplo: “Ela gosta de cinema; eu, de teatro.”
• Elipse (geral): omissão de um termo que pode não ter sido citado antes, mas que é compreensível pelo contexto.
• Elipse nominal: omissão de substantivos ou pronomes, de forma implícita.

Por que usar a elipse nominal?

A elipse nominal torna a comunicação mais fluida, evita repetições desnecessárias e é um recurso estilístico elegante, especialmente na escrita literária e publicitária.
Ela também é bastante usada na linguagem informal, como em diálogos ou mensagens rápidas, onde o contexto fala mais alto que a estrutura formal.

Conclusão

A elipse nominal é uma figura de linguagem que mostra como a língua portuguesa permite construções sutis, sem perder clareza. Ao omitir um termo — geralmente um substantivo ou pronome —, mantemos a naturalidade da comunicação e, muitas vezes, ganhamos em estilo.

Conhecer esse recurso é fundamental para quem deseja escrever bem, com mais concisão e harmonia textual.