“Fazer nas coxas”: a história por trás da expressão popular

A língua portuguesa é cheia de expressões que carregam histórias curiosas e, muitas vezes, surpreendentes. Uma delas é a famosa “fazer nas coxas”, usada até hoje para indicar que algo foi feito de qualquer jeito, de forma malfeita ou sem cuidado. Mas de onde vem essa expressão e por que ela se tornou tão popular no Brasil?

A resposta está na própria história da colonização e nas técnicas artesanais que marcaram o período. Embora seja usada em tom pejorativo atualmente, sua origem mostra como a cultura e o cotidiano influenciam a forma como falamos.

A origem da expressão

Acredita-se que a expressão tenha surgido durante o período colonial, quando telhas de barro eram moldadas manualmente pelos escravizados. Como não havia equipamentos padronizados, o molde era feito diretamente sobre as coxas das pessoas. O resultado variava de acordo com o corpo de cada trabalhador, fazendo com que muitas telhas não fossem idênticas, o que gerava construções desalinhadas ou irregulares.

Assim, o termo “fazer nas coxas” passou a ser associado a trabalhos malfeitos, sem padrão e sem o devido cuidado. Mesmo com o passar dos séculos e a modernização das técnicas de construção, a expressão sobreviveu e ganhou força no uso popular.

O uso atual

Hoje, “fazer nas coxas” é utilizada em diversas situações, especialmente quando alguém entrega uma tarefa de forma apressada, desorganizada ou sem dedicação. Pode se referir a trabalhos escolares, serviços profissionais ou até atividades do dia a dia.

Apesar de sua origem ligada a uma realidade dura do período colonial, a expressão foi incorporada ao vocabulário brasileiro e segue viva como um alerta contra a falta de capricho.

Conclusão

A expressão “fazer nas coxas” mostra como aspectos históricos e sociais influenciam diretamente a língua. Mais do que uma simples frase popular, ela carrega em si a memória de práticas do passado que ajudaram a moldar o português falado no Brasil.