“Fazer ouvidos de mercador”: por que essa expressão se popularizou?
27/09/2025 10h56 – Atualizado há 16 horas

A língua portuguesa é repleta de expressões que carregam histórias curiosas e, muitas vezes, divertidas. Uma delas é “fazer ouvidos de mercador”, usada para indicar quando alguém finge não ouvir algo ou ignora intencionalmente uma situação. Mas você sabe de onde veio essa expressão e por que ela se tornou tão popular?
A origem da expressão
A expressão “fazer ouvidos de mercador” tem origem na vida comercial dos mercadores portugueses. Antigamente, era comum que os mercadores, ao perceberem pedidos insistentes de clientes ou queixas sobre produtos, fingissem não ouvir para não se comprometerem ou evitar conflitos. Ou seja, eles deliberadamente ignoravam certas reclamações ou solicitações, mantendo-se neutros ou evitando responsabilidade.
Com o tempo, essa atitude típica do comércio ganhou expressão figurativa. Hoje, usamos a frase para descrever alguém que finge não ouvir ou se faz de desentendido diante de uma situação inconveniente, polêmica ou que exige uma resposta que a pessoa não quer dar.
Por que a expressão se popularizou?
A expressão se popularizou por refletir uma situação bastante comum no dia a dia: ignorar propositalmente algo para evitar problemas ou se esquivar de responsabilidades. É fácil se identificar com a ideia de “fingir que não ouviu” alguém ou algo, seja em conversas, discussões ou no ambiente de trabalho.
Além disso, a construção da expressão é bem visual: os “ouvidos do mercador” evocam a imagem de alguém que está atento, mas escolhe deliberadamente não reagir. Essa característica tornou a frase fácil de lembrar e aplicar em diferentes contextos da vida cotidiana.
Exemplos de uso
- “Mesmo sabendo da confusão, ele fez ouvidos de mercador e não interveio.”
- “Quando questionado sobre o atraso, o gerente fez ouvidos de mercador e mudou de assunto.”
- “Ela faz ouvidos de mercador sempre que falamos sobre regras da casa.”
Conclusão
A expressão “fazer ouvidos de mercador” mostra como a língua portuguesa absorveu hábitos e práticas sociais do passado, transformando-os em formas de comunicação que carregam significado cultural. Ignorar deliberadamente algo pode ser uma estratégia antiga, mas a expressão mantém-se viva na nossa linguagem diária, provando que o português é rico em história e curiosidades.