O que é “Antonomásia”? A figura de linguagem que usa um apelido famoso

Por Redação
27/07/2025 08h00 – Atualizado há 2 dias

Na língua portuguesa, há diversas figuras de linguagem que enriquecem a comunicação, tornando-a mais expressiva, criativa e, muitas vezes, mais eficiente. Entre essas figuras, uma que chama bastante atenção é a antonomásia. Ela está presente em nosso cotidiano com muito mais frequência do que imaginamos — especialmente quando usamos apelidos, títulos ou expressões famosas para substituir nomes próprios.

Neste artigo, vamos entender o que é antonomásia, como ela funciona, ver exemplos e curiosidades sobre essa figura de linguagem que dá um toque especial à forma como nos referimos a pessoas, personagens históricos, artistas e até marcas.

O que é antonomásia?

A antonomásia é uma figura de linguagem que consiste na substituição de um nome próprio por uma expressão que o caracteriza, como um título, uma qualidade marcante ou até um apelido. O contrário também pode acontecer: um nome próprio pode ser usado no lugar de uma característica.

Por exemplo, em vez de dizer "Pelé", podemos dizer "O Rei do Futebol". Ou, ao nos referirmos a alguém muito traidor, podemos dizer que é um "Judas", fazendo alusão ao personagem bíblico.

Essa substituição tem a função de tornar o discurso mais expressivo e, muitas vezes, mais universal. Afinal, mesmo quem não conhece detalhes sobre Edson Arantes do Nascimento sabe quem é o "Rei do Futebol".

Exemplos clássicos de antonomásia

Abaixo, alguns exemplos comuns de antonomásia no cotidiano da língua portuguesa:

  • O Rei do Futebol – Pelé
  • A Dama de Ferro – Margaret Thatcher
  • A Cidade Maravilhosa – Rio de Janeiro
  • A Rainha da Sofrência – Marília Mendonça
  • O Poeta dos Escravos – Castro Alves
  • O Pai da Aviação – Santos Dumont
  • A Pérola do Atlântico – Ilha da Madeira
  • O Príncipe da Paz – Jesus Cristo
  • O Pai da Psicanálise – Sigmund Freud

Esses apelidos ou títulos muitas vezes se tornam mais conhecidos que o próprio nome original da pessoa ou local a que se referem.

Por que usamos antonomásia?

A antonomásia serve para dar ênfase a uma qualidade, tornar o texto mais estilizado ou destacar características reconhecíveis. Além disso, é muito usada na linguagem literária, jornalística e publicitária.

Ao empregar um apelido icônico ou título de prestígio, o autor invoca imediatamente uma imagem mental ou conceito amplamente reconhecido, sem precisar se estender em explicações. Isso confere clareza, brevidade e força retórica ao discurso.

Antonomásia x Metonímia

A antonomásia é considerada uma variação da metonímia, pois, assim como ela, envolve a substituição de um termo por outro com base em uma relação de sentido.

No caso da antonomásia, essa relação é baseada em características marcantes, títulos ou nomes representativos que remetem diretamente ao termo substituído. Já na metonímia, a substituição é mais ampla e pode envolver partes pelo todo, autor pela obra, marca pelo produto, entre outras possibilidades.

Antonomásia na cultura popular

A linguagem informal e a cultura pop são repletas de exemplos de antonomásia. Celebridades, cantores, atletas e até personagens fictícios costumam ganhar apelidos que se tornam praticamente sinônimos de seus nomes. Veja alguns casos:

  • O Homem de Ferro – Tony Stark (personagem da Marvel)
  • O Rei do Pop – Michael Jackson
  • A Rainha do Pop – Madonna
  • O Fenômeno – Ronaldo Nazário
  • O Gigante da Colina – Vasco da Gama (time de futebol)

Essas expressões funcionam como um atalho semântico, evocando rapidamente uma série de significados associados à figura mencionada.

Conclusão

A antonomásia é uma figura de linguagem poderosa, que transforma nomes em símbolos e símbolos em linguagem. Ao substituir nomes próprios por títulos ou expressões características, ela não apenas enriquece o texto, mas também fortalece a conexão cultural e emocional com o leitor.

Na próxima vez que você ouvir alguém falar do "Rei do Futebol" ou da "Rainha da Sofrência", saberá que está diante de um excelente exemplo de antonomásia — e de como a linguagem pode ser criativa, simbólica e envolvente.