O que é Quiet Quitting e o seu impacto na linguagem corporativa?

Por Redação
30/10/2025 10h43 – Atualizado há 9 horas

O termo “Quiet Quitting” se tornou um dos mais comentados no mundo corporativo nos últimos anos. Literalmente, ele significa “demissão silenciosa”, mas o conceito vai muito além de uma simples tradução. Na prática, ele representa uma nova forma de pensar o trabalho — e até mesmo de se comunicar dentro das empresas.

Mas o que realmente significa essa expressão? E por que ela se tornou um símbolo de uma geração que repensa o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal?

O significado de “Quiet Quitting”

Apesar do nome, “Quiet Quitting” não significa pedir demissão. A expressão descreve o comportamento de quem decide não ultrapassar os limites das próprias funções no trabalho. Ou seja, o profissional continua cumprindo suas obrigações, mas deixa de aceitar demandas extras, horas a mais ou responsabilidades que não fazem parte de sua função.

Essa postura se tornou um movimento global, especialmente após a pandemia, quando muitos trabalhadores passaram a questionar o ritmo acelerado e as cobranças excessivas do ambiente corporativo.

Uma resposta à cultura do excesso

O “Quiet Quitting” surgiu como uma forma de resistência à chamada “cultura do hustle” — aquela ideia de que é preciso estar sempre produzindo, crescendo e se destacando a qualquer custo.
Em vez de buscar reconhecimento através do sacrifício constante, quem adere à demissão silenciosa prioriza o equilíbrio e o bem-estar.

Esse comportamento reflete uma mudança de mentalidade: o trabalho deixa de ser o centro da vida e passa a ser apenas uma parte dela.

O impacto na linguagem corporativa

O fenômeno também transformou a forma como nos comunicamos dentro das empresas. Expressões como “vestir a camisa”, “dar o sangue” ou “fazer mais com menos” começaram a soar ultrapassadas — ou até tóxicas — em um contexto onde o foco é a saúde mental e o respeito aos limites individuais.

Por outro lado, termos como “equilíbrio emocional”, “autocuidado” e “produtividade sustentável” ganharam espaço nos discursos corporativos, revelando uma nova fase da linguagem empresarial: mais humana e menos idealizada.

Mais que um termo – um reflexo social

O “Quiet Quitting” não é apenas uma expressão da moda. Ele representa um novo vocabulário social, que traduz o desejo de uma geração por autenticidade, descanso e propósito.
É um lembrete de que o trabalho pode continuar sendo importante — mas não precisa definir quem somos.