“Pagar o pato”: A história por trás do ditado popular

Por Redação
13/09/2025 08h22 – Atualizado há 1 dia

O português é rico em expressões curiosas, muitas delas com origens inusitadas e até engraçadas. Uma das mais conhecidas é “pagar o pato”, utilizada quando alguém assume uma culpa ou consequência que não deveria, ou arca sozinho com um problema que deveria ser dividido. Mas de onde será que vem esse ditado tão presente no nosso vocabulário cotidiano?

O que significa “pagar o pato”?

No dia a dia, “pagar o pato” é usado para indicar que uma pessoa está sendo responsabilizada por algo injustamente. Imagine uma situação em que um grupo de amigos quebra um objeto, mas apenas um deles acaba levando a bronca e pagando pelo estrago. Nesse caso, podemos dizer que ele “pagou o pato”. É uma forma de falar sobre injustiça, de carregar uma responsabilidade que, muitas vezes, não deveria ser sua.

A origem histórica do ditado

A expressão teria surgido em Portugal, ainda na Idade Média, e tem relação com histórias populares de castigos e farsas. Uma das versões mais conhecidas fala de feiras em que comerciantes enganavam clientes vendendo patos defeituosos, doentes ou de qualidade ruim. Quando alguém reclamava do prejuízo, quem comprou era forçado a “pagar o pato”, ou seja, a arcar com o erro de ter caído no golpe.

Outra explicação aponta que a expressão estaria ligada a peças teatrais e farsas populares, nas quais um personagem sempre acabava ficando com o “pato” e, simbolicamente, pagava por erros dos outros. Assim, com o passar do tempo, a frase ganhou o sentido figurado que conhecemos hoje.

“Pagar o pato” nos dias de hoje

Atualmente, o ditado continua muito usado em várias situações do cotidiano. Ele aparece em conversas informais, em matérias jornalísticas e até em discursos políticos, quase sempre para reforçar o peso da injustiça. Quando alguém diz “eu não vou pagar o pato por isso”, a mensagem é clara: não aceita levar sozinho a culpa ou o prejuízo.

Assim como tantas outras expressões populares, “pagar o pato” mostra como o nosso idioma é construído não apenas de regras gramaticais, mas também de histórias, vivências e metáforas que atravessam séculos e permanecem vivas até hoje.