“Pé na cova”: A origem sombria de uma expressão cotidiana

Por Redação
10/09/2025 12h10 – Atualizado há 18 horas

No dia a dia, é comum ouvirmos alguém dizer que está com o “pé na cova” para se referir a uma pessoa muito doente, idosa ou próxima da morte. A expressão, apesar de usada em tom leve ou até humorístico em muitas conversas, tem uma origem carregada de simbolismo e um fundo sombrio ligado à finitude da vida.

Afinal, de onde veio essa expressão e por que ela se tornou tão popular na língua portuguesa?

A origem da expressão

A palavra “cova” tem ligação direta com o espaço onde se enterra um corpo, ou seja, a sepultura. A imagem do “pé” já dentro desse espaço sugere que a pessoa estaria próxima do fim, restando apenas um passo para ser completamente sepultada. É uma metáfora forte, que representa o limite entre a vida e a morte, usada desde os tempos antigos para indicar fragilidade ou iminência do falecimento.

O uso figurado da expressão se consolidou no português ao longo dos séculos, especialmente em contextos populares. Ela é um exemplo de como a linguagem usa imagens concretas e até sombrias para falar de algo abstrato: a passagem da vida para a morte.

O uso no cotidiano

Apesar da origem sombria, “pé na cova” é usada hoje de maneira bem mais descontraída. Muitas vezes, não está relacionada literalmente à morte, mas sim a situações em que alguém demonstra extremo cansaço, desgaste físico ou até preguiça. Por exemplo: “Depois daquela maratona de trabalho, fiquei com o pé na cova”.

A expressão também ganhou força na cultura popular, aparecendo em músicas, peças de teatro e até em títulos de novelas. Isso mostra como o português transforma até mesmo temas pesados em formas criativas e acessíveis de comunicação.