Qual a palavra mais feminina e mais masculina da língua portuguesa?

Por Redação
04/08/2025 11h57 – Atualizado há 18 horas

Você já parou para pensar se algumas palavras da nossa língua soam mais femininas ou mais masculinas, mesmo quando não têm gênero gramatical definido? Um estudo curioso, realizado por pesquisadores brasileiros, buscou responder essa pergunta com base na percepção linguística dos falantes da língua portuguesa.

Os pesquisadores analisaram a reação de voluntários a diversas palavras e identificaram quais delas evocavam uma ideia mais associada ao universo feminino ou masculino — independentemente do gênero gramatical (como “a dor” ou “o sol”). O estudo mostrou que nossa mente tende a atribuir características de gênero a palavras com base em sons, associações culturais e emoções ligadas a elas.

A palavra mais “feminina” da língua portuguesa é… alma

De acordo com o estudo publicado na revista científica Psique, a palavra “alma” foi percebida como a mais feminina entre todas as analisadas.

A explicação para isso vai além do gênero gramatical (feminino). “Alma” está associada a suavidade, espiritualidade, sensibilidade e interioridade — qualidades que, culturalmente, são atribuídas ao universo feminino. Além disso, o som da palavra (a vogal aberta “a”, a consoante “l”) colabora para essa percepção mais suave e delicada.

E a palavra mais “masculina” é… martelo

A campeã entre as palavras mais masculinas foi “martelo”.

A justificativa? Além de ter gênero gramatical masculino, o termo remete à força, impacto, construção e atividade física intensa. Características frequentemente associadas à masculinidade, especialmente em contextos culturais tradicionais. Os sons mais duros da palavra — como o “r” e o “t” — também reforçam essa sensação de potência.

Por que isso importa?

Esse tipo de estudo mostra como a linguagem não é apenas um meio de comunicação, mas também um reflexo da sociedade e de seus valores. Entender como palavras são percebidas pode ajudar em diversas áreas, como publicidade, psicologia, neurolinguística e até na escolha de nomes de marcas ou produtos.

A ideia de que certas palavras soam mais “femininas” ou “masculinas” revela muito sobre nossos estereótipos inconscientes e como eles moldam nossa relação com a linguagem.