Acentuação: por que “país” tem acento, mas “cais” não?
02/09/2025 12h37 – Atualizado há 4 horas

A ortografia da língua portuguesa é repleta de detalhes que, à primeira vista, podem parecer confusos. Um dos exemplos clássicos está na diferença entre “país”, que leva acento, e “cais”, que não possui nenhum sinal gráfico. Apesar da semelhança na escrita e no som, a explicação para essa distinção está diretamente ligada às regras de acentuação e à estrutura das palavras.
Entender essa diferença não só ajuda a escrever corretamente, mas também a compreender como a acentuação funciona em nosso idioma. Afinal, cada acento tem um papel importante: indicar a sílaba tônica, marcar encontros vocálicos e evitar ambiguidades.
Por que “país” tem acento?
A palavra “país” é um exemplo de hiato, que ocorre quando duas vogais aparecem juntas na escrita, mas pertencem a sílabas diferentes. Nesse caso, temos a divisão pa-ís. O “i” está sozinho na segunda sílaba e precisa ser acentuado para marcar a separação clara entre os sons.
De acordo com as regras de acentuação, quando a vogal “i” ou “u” forma um hiato e está na última sílaba da palavra, sendo tônica e precedida por outra vogal, deve receber o acento gráfico. Por isso escrevemos “país” e não pais.
Por que “cais” não tem acento?
Já a palavra “cais” não apresenta hiato, mas sim um ditongo. Isso significa que as vogais “a” e “i” estão na mesma sílaba, pronunciadas em conjunto, resultando em cais. Como o ditongo “ai” é naturalmente forte e não há nenhuma regra que obrigue a marcação do acento nesse caso, a palavra não recebe sinal gráfico.
Portanto, a ausência de acento em “cais” está ligada à estrutura do ditongo, que já indica a tonicidade da palavra sem necessidade de marcação extra.
Conclusão
A diferença entre “país” e “cais” mostra como a acentuação no português é guiada por regras específicas, que levam em conta a posição das vogais e a forma como são pronunciadas. Enquanto “país” exige acento para marcar o hiato, “cais” dispensa qualquer sinal gráfico por ser um ditongo natural. Esse contraste é um ótimo exemplo de como detalhes sutis podem mudar a forma de escrever corretamente.