“Implicar com” ou “implicar em”? O verbo que confunde a regência
09/09/2025 20h39 – Atualizado há 17 horas

A língua portuguesa é cheia de armadilhas, e o verbo implicar é um dos campeões em gerar dúvidas. Afinal, devemos dizer “implicar com” ou “implicar em”? Essa confusão acontece porque a palavra pode assumir diferentes sentidos, e, dependendo do contexto, a regência muda. Entender essa diferença é essencial para escrever e falar de forma clara e correta.
Quando usar “implicar com”
A forma implicar com é usada no sentido de provocar, irritar ou criar problemas com alguém. É a construção mais comum no dia a dia, especialmente na fala cotidiana.
- Exemplo: Ele vive implicando com o irmão mais novo.
Nesse caso, a ideia é de aborrecer ou pegar no pé de alguém, um uso coloquial que todo mundo já ouviu.
Quando usar “implicar em”
Já a construção implicar em tem um tom mais formal e aparece quando queremos indicar consequência ou envolvimento em algo. É muito usada em textos jurídicos, acadêmicos ou situações que exigem precisão.
- Exemplo: O erro do funcionário implicou em atrasos no projeto.
Aqui, o sentido é de “acarretar” ou “resultar em”, diferente da ideia de provocar alguém.
Onde mora a confusão
A dificuldade surge porque muitos falantes misturam os dois usos, aplicando “implicar com” em contextos que exigiriam “implicar em”. Além disso, como a forma coloquial é mais frequente, ela acaba sendo usada de forma generalizada. Saber distinguir os contextos ajuda a evitar deslizes tanto na fala quanto na escrita formal.
Conclusão
O verbo implicar mostra como uma mesma palavra pode variar de sentido e regência dependendo do contexto. Para não errar, lembre-se: se a ideia for provocar ou irritar, use implicar com; se for consequência ou envolvimento, opte por implicar em. Assim, você evita confusões e deixa sua comunicação muito mais precisa.