Interviu ou interveio? O erro comum na conjugação do verbo “intervir”

A dúvida entre “interviu” e “interveio” é uma das mais frequentes na Língua Portuguesa, especialmente em produções formais, redações escolares e textos acadêmicos. Isso acontece porque o verbo intervir tem uma particularidade importante: ele é derivado do verbo “vir”, e, por consequência, segue o mesmo padrão de conjugação. Assim, a forma correta não é “interviu”, mas sim “interveio”, correspondente ao pretérito perfeito do indicativo.

Muitos erros aparecem porque, ao escutar a pronúncia, algumas pessoas tentam aplicar ao verbo “intervir” a mesma lógica de verbos regulares, ou confundem com padrões de outros verbos derivados com final semelhante. No entanto, apenas uma forma é aceita na norma-padrão. Entender essa conjugação é fundamental para evitar deslizes em textos formais e ampliar seu domínio gramatical.

Por que “interviu” está errado?

O verbo intervir pertence ao grupo dos verbos defectivos derivados de “vir” — assim como “convir”, “sobrevir” e “advir”. Isso significa que, em tempos compostos ou simples, ele copia a conjugação de “vir” com adaptações prefixadas.
Se o correto é “ele veio”, a forma equivalente com “intervir” será “ele interveio”, e nunca “interviu”. A terminação “-viu” não aparece em nenhuma conjugação do verbo “vir”, por isso não é adotada.

A confusão surge porque a forma “viu” existe no português, mas pertence ao verbo ver, não ao verbo vir. Como “intervir” segue exclusivamente o paradigma de “vir”, utilizar “interviu” é misturar dois verbos distintos — e a gramática não permite essa fusão.

Conjugação correta no pretérito perfeito

Observe como as formas do pretérito perfeito de “intervir” se constroem a partir de “vir”:

• Eu vim → Eu intervim
• Tu vieste → Tu intervieste
• Ele/ela veio → Ele/ela interveio
• Nós viemos → Nós interviemos
• Vós viestes → Vós interviestes
• Eles/elas vieram → Eles/elas intervieram

Perceba que em nenhuma dessas formas surge o sufixo “-viu”. Essa ausência confirma que “interviu” não faz parte do português padrão.

Por que esse erro é tão comum?

A sonoridade de “interveio” pode causar estranhamento em quem não está acostumado com verbos derivados. Além disso, a proximidade fonética entre “ver”, “vir” e seus derivados leva muitos falantes a construções equivocadas. Outro fator frequente é o hábito das redes sociais e da fala cotidiana, onde “interviu” circula com naturalidade — reforçando a forma incorreta.

Mesmo assim, em contextos formais, acadêmicos, profissionais e jornalísticos, a única forma aceita é interveio. Em concursos, vestibulares e redações, escrever “interviu” pode resultar em desconto de pontos por desvio gramatical.

Como evitar o erro? Uma dica simples

Sempre que surgir a dúvida, substitua mentalmente o verbo intervir por vir.
Se o correto for “veio”, o equivalente será “interveio”.
Essa técnica funciona para praticamente todas as formas do verbo e ajuda a fixar o padrão correto.

Conclusão

A forma “interveio” é a única correta no pretérito perfeito do verbo intervir, já que esse verbo segue integralmente o modelo de conjugação de “vir”. O uso de “interviu” é considerado incorreto e deve ser evitado em qualquer tipo de texto que exija norma-padrão. Dominar essa diferença é um passo importante para escrever com precisão e evitar erros comuns do português.