O que é um Sujeito Indeterminado? Entenda quando usar o verbo

Por Redação
02/12/2025 09h25 – Atualizado há 4 semanas

O sujeito indeterminado é um dos assuntos que mais gera dúvidas na análise sintática, especialmente entre estudantes e candidatos a concursos. Ele aparece quando a frase apresenta uma ação, mas não revela quem é o responsável por ela, seja por desconhecimento, irrelevância ou intenção de não identificar o agente.
Neste texto, você vai entender como reconhecer o sujeito indeterminado, quando o verbo deve ficar na 3ª pessoa e qual é o papel do pronome “se” nesse processo.

O que é o sujeito indeterminado?

O sujeito indeterminado é aquele cujo agente da ação não pode ou não deve ser identificado. A frase mostra que alguém pratica a ação, mas não fornece nenhuma pista sobre quem é essa pessoa.

O objetivo é manter a informação vaga, genérica ou impessoal. Ele costuma aparecer em contextos nos quais:

  • não importa quem fez a ação;
  • não se quer citar o responsável;
  • não há como identificar o agente;
  • a frase exige impessoalidade.

Como identificar o sujeito indeterminado?

Para reconhecer esse tipo de sujeito, observe se:

  • há uma ação verbal clara;
  • o verbo admite agente humano;
  • o responsável pela ação não é mencionado;
  • a oração mantém o sentido mesmo sem que o sujeito seja identificado.

Quando essas condições se combinam, geralmente estamos diante de um sujeito indeterminado.

Quando o sujeito indeterminado aparece com verbo na 3ª pessoa do plural

Uma das formas mais comuns de indeterminar o sujeito é usar o verbo na 3ª pessoa do plural, sem mencionar quem são os agentes.
Exemplos:

  • Disseram que o evento foi cancelado.
  • Encontraram sua carteira na recepção.

Embora o verbo esteja no plural, não há sujeito expresso. O plural funciona apenas como estratégia para esconder ou generalizar o responsável pela ação.

Quando o sujeito indeterminado aparece com “se”

Outra estrutura típica para indeterminar o sujeito utiliza o verbo na 3ª pessoa do singular acompanhado do pronome “se”. Essa construção só é possível com verbos intransitivos, transitivos indiretos ou de ligação.
Exemplos:

  • Precisa-se de voluntários.
  • Trabalha-se muito naquela área.

Nessas situações, o “se” funciona como índice de indeterminação do sujeito, diferente de outras construções em que ele atua como partícula apassivadora.

Atenção importante

Se o verbo for transitivo direto, o “se” deixa de ter função de indeterminação e passa a transformar a frase em voz passiva sintética, e não mais em sujeito indeterminado.
Exemplo:

  • Vendê-se casas. → voz passiva (sujeito paciente: casas)

Quando não é possível indeterminar o sujeito?

Algumas estruturas não permitem sujeito indeterminado, como verbos usados de maneira impessoal (ex.: verbos que indicam fenômenos da natureza) ou construções em que o sujeito é obrigatoriamente expresso.
Exemplo:

  • Choveu muito ontem. → verbo impessoal, sem sujeito
  • É necessário que todos participem. → sujeito oracional

Nesses casos, a oração não se encaixa nos mecanismos sintáticos de indeterminação.

Conclusão

O sujeito indeterminado é um recurso essencial para criar frases mais neutras, vagas ou gerais. Ele pode surgir com verbo na 3ª pessoa do plural ou verbo na 3ª pessoa do singular com o índice “se”, desde que respeitadas as regras de trânsito verbal. Saber diferenciá-lo de outras construções — como a voz passiva sintética — é fundamental para interpretar e produzir textos com precisão gramatical.