Por que dizemos “Chover canivetes”? A origem dessa expressão

Por Redação
20/08/2025 10h08 – Atualizado há 3 dias

A língua portuguesa é repleta de expressões populares curiosas, que muitas vezes soam estranhas quando analisadas de forma literal. Uma delas é a famosa “chover canivetes”, usada para descrever chuvas muito fortes, quase torrenciais. Apesar de causar estranhamento à primeira vista, a expressão carrega uma riqueza cultural e histórica que mostra como o povo cria imagens de impacto para dar força à linguagem.

Assim como outras frases feitas, o ditado não deve ser interpretado literalmente. Ninguém espera que objetos metálicos caiam do céu, mas sim que a intensidade da chuva seja tamanha que pareça perigosa e violenta. Ao longo dos séculos, esse exagero linguístico se consolidou na fala cotidiana, sendo repetido de geração em geração.

A origem da expressão “chover canivetes”

Acredita-se que a expressão surgiu em Portugal, em um período em que o uso de canivetes era bastante comum no dia a dia. O objeto, pequeno e cortante, servia como símbolo de algo perigoso. Assim, quando alguém queria reforçar a força de uma tempestade, comparava-a a uma chuva de lâminas afiadas.

Esse recurso linguístico está ligado à hipérbole, figura de linguagem que exagera para intensificar o sentido de uma mensagem. Dessa forma, dizer que “chove canivetes” não descreve apenas uma chuva forte, mas transmite também uma sensação de risco e desconforto. Por isso, a expressão acabou substituindo outras formas de descrição mais simples, tornando-se popular em Portugal e no Brasil.

O uso no cotidiano

Atualmente, “chover canivetes” é uma expressão comum em regiões de língua portuguesa, utilizada tanto de maneira séria quanto em tom de humor. É frequente ouvir alguém comentar: “Não vou sair agora, está chovendo canivetes”, reforçando a ideia de que a chuva é intensa demais para permitir atividades ao ar livre.

Embora existam outras formas de se referir a chuvas fortes, como “chover a cântaros” ou “chover pedras”, o uso de “canivetes” traz um tom mais popular e expressivo, que ajuda a colorir a fala e torná-la mais impactante.

Conclusão

A expressão “chover canivetes” é um ótimo exemplo de como o idioma mistura humor, exagero e criatividade para dar mais força à comunicação. Ao utilizar imagens incomuns e até absurdas, o povo encontra formas originais de descrever fenômenos naturais, transformando a língua em um retrato vivo da cultura.