Por que “mais grande” é errado?

Você já deve ter ouvido alguém dizer “essa casa é mais grande que a outra” — e talvez tenha sentido que a frase soava estranha. Isso acontece porque a expressão “mais grande” está incorreta segundo as regras gramaticais da língua portuguesa. Embora pareça lógica à primeira vista, a combinação de “mais” com o adjetivo “grande” é considerada um erro de grau comparativo.

O motivo do erro

A explicação está na formação dos graus dos adjetivos. Em português, quando queremos comparar intensidades, usamos o grau comparativo de superioridade, que pode ser formado de duas maneiras: analítica (“mais… que”) ou sintética (por meio de uma palavra única, como “maior”).
No caso de “grande”, a forma correta do comparativo é “maior”, e não “mais grande”. Assim, o certo é dizer:

• “Essa casa é maior que a outra.”
• “Ele é maior do que o irmão.”

Portanto, “mais grande” é uma construção redundante, já que “maior” expressa exatamente a ideia de aumento ou superioridade de tamanho.

Comparativo e superlativo de “grande”

Além do comparativo (“maior”), também existe o superlativo, que indica o máximo grau de uma característica. No caso de “grande”, o superlativo é “máximo” ou “grandíssimo”, embora este último seja pouco usado no português atual. Por exemplo:

• “Ele é o maior jogador do time.”
• “Foi um erro máximo.”

Essas formas são irregulares, o que significa que não seguem o padrão comum de comparação com “mais” e “menos”.

Por que ainda se ouve “mais grande”?

A expressão “mais grande” é um exemplo de hipercorreção ou influência popular, comum na fala informal. Em alguns dialetos regionais ou entre falantes em fase de aprendizagem, o uso de “mais grande” aparece como tentativa de reforçar o grau de comparação, mas ela não é aceita na norma culta da língua.

Conclusão

A forma correta de comparar tamanhos não é “mais grande”, e sim “maior”. Essa substituição ocorre porque “grande” é um adjetivo de comparação irregular, que muda de forma no comparativo. Saber isso evita erros comuns e mostra domínio sobre a estrutura da língua portuguesa.